Era para ser assim...

Hoje era para escrever, já com algum atraso, sobre o fim-de-semana passado, vou tentar sintetizar a coisa:

Estou farta de estar em casa e no Sábado de manhã o Sol sorriu-nos, armada em valente quis ir visitar uma tia minha que foi operada há pouco tempo e que já está em casa , e porque não é distante, rever os meus bisavós, que há N tempo que não os vejo, lá fomos nós (com uns analgésicos na mala e outros no bucho) até lá... mais me valia estar sossegada... As dores horríveis fizeram-se sentir passado pouco tempo e não havia medicamento ou posição que me aliviasse, o sorriso (um bocado) forçado da visita social ía desvanecendo da minha cara conforme o relógio ía mexendo o raio do ponteiro, estava de rastos... Viemos para casa e essa noite foi mais do que eu esperava, foi insuportável...

Depois demos conta das notícias da Madeira, o meu coração ficou pequenino, pequenino... amigas(os) virtuais que se equipararam mais do que nunca a familiares tal era a preocupação, fiquei angustiada e o sentimento de impotência toma conta de nós! 

Ontem fui ao médico, que me renovou a baixa, só estarei apta depois da recuperação da cirurgia... esta 5ª vou fazer outro exame e na 6ª vou à consulta de cirurgia, conhecer o sr, ou a sra que me vai tirar daqui o alien, e (espero eu) marcar já a operação!

O André portou-se muito mal... :'(

Além de triste fiquei zangada, porque sempre tenho tentado fazer dele um Homem com os valores que me incutiram e com os que tenho esperança de serem bons para ele, quando converso com ele tento sempre o diálogo e geralmente tem funcionado, mas anda mentiroso, com coisas simples, mas é preocupante... sei que as variações de humor se devem ao crescimento, idade e variações nos níveis hormonais, a medicação por si só não evita estes desajustes, e eu entendo... mas às vezes é tão complicado de gerir... Já deve ser para aí a 10ª vez (se não forem mais) que me aparece em casa com as calças rasgadas, de um lado ao outro, ou presas apenas pelo cós e bainhas... simplesmente porque "lhe deu na telha", não pode ver um buraquinho num tecido qualquer que ele mete o dedo, manda um puxão e f*... lixa aquilo tudo!!! É que ontem não tinha buraquinho nenhum, nem nas costuras, nem nada... apenas lhe apeteceu! Depois tinha uma mancha de rosa/vermelho na mão e negro, à primeira vista parecia uma queimadura, que a minha mão se apressou a questionar... e ele dizia que sim, que se tinha queimado na escola, na cantina... e todo um discurso perfeitamente racional e credível, não fosse eu ser a mãe dele e o conhecer de "gingeira", acabou por admitir que estava a mentir... o que não me alivio em nada! Nem a mentira nem o reconhecimento dela!

Depois de uma conversa, os três cá de casa, enquanto decidíamos o castigo, questionámos ao mais pequeno sobre qual seria o indicado, não é que ele me responde - "porrada"!!! - até parece que eu lhe bato, ou coisa do género!!! - "Passou-se!" - pensei, falámos com ele no sentido de não ser essa a solução, e que isso nos deixava muito tristes, falámos sobre os meninos que têm frio e não têm roupa, e que por isso ficam muito doentes e que nós queríamos evitar isso e... eu sei lá... ficámos esgotados, ele chorou, eu acabei por chorar também sem ele ver... e tentámos acalmar os ânimos e conforta-lo ao cair da noite, adormeceu sereno, e eu também ao lado dele, depois fui para a minha cama e por volta das 3,30h ouço um "mãeee..." muito ténue, pulei da cama mais depressa do que abri os olhos, só respirei quando entrei no quarto dele e vi que pela primeira vez caiu da cama... mas não se magoou (felizmente), acabou por adormecer novamente e foi ele que me veio acordar de manhã (antes do alarme tocar), já que hoje o Anjo Maior teve que sair mais cedo...

Hoje, ponho-me a lembrar os momentos (uma vida) que passamos sós, as nossas lutas, dilemas, dificuldades, vitórias, lágrimas, risos, olhares e momentos únicos que só uma mãe tem com um filho e vejo... como está crescido...