sexta-feira

Um par de palmadas, um abraço e um beijo

… são mesmo o que preciso neste momento!
Desde que fiquei desempregada que tento ver a coisa pelo lado positivo, ou pela faceta menos má. Tento convencer-me que posso recuperar o tempo perdido voltando a abraçar projectos que por vários motivos ficaram inacabados ou o seu inicio adiado. E estava a ir tão bem, mas começo a desanimar… e a ver distantes os projectos com que sonho.
Apesar da roda-viva de andar para aqui e para ali, tento aplicar-me mais na casa, e mais importante no que sou para quem amo, família e amigos.
Supero-me na adversidade e orgulho-me que assim seja, mas preciso do meu oxigénio, do meu combustível, da minha vitamina, enfim… a minha energia para a vida… o AMOR! Sou uma dependente de afectos, das emoções que me fazem sentir viva, além das lágrimas ou sorrisos. Apesar do tempo disponível, não pareço ter tempo para amar nem ser amada ao vivo e a cores, o tempo com quem amo é sempre pouco, seja com meu filho, seja com os meus avós (o INEM já me deve conhecer a voz), seja com o Anjo Maior… 
Ando frustrada, muito sensível e os nervos à flor da pele, remeto-me ao silêncio, a revolta fica confinada a um coração blindado, resistente a choques e turbulência, variações de temperatura e nem sei mais o quê (continuo a surpreender-me com a resistência deste material)! E no meio disto tudo ninguém parece dar-se conta, será que não se dão conta do quanto valorizo o esforço, a dedicação, a disponibilidade, o carinho e o amor que me dão?! Se faço por mostrar, por não esquecerem, por se sentirem bem melhor que eu, poupo-os do máximo que puder absorver em mim?! Tenho segredos que não posso nem quero revelar, a ansiedade é muita e nunca mais me vejo livre do raio dos pensamentos negativos…valem-me as flores, os morangos e o cheiro da hortelã do pequeno paraíso daqui. Tenho muitos sintomas, mas só do raio da alergia porque da tão desejada gravidez, nem sinal… será que há algo errado (pergunta inevitável)?!
Não há sinais de emprego, apesar das idas a entrevistas, entregas de currículos, telefonemas e lidas de anúncios… Estou a ir-me abaixo… sinto-o… Volto a baixar os estores, fechar a porta à chave e cerrar-me no meu mundo de 4 paredes e quando estou sozinha… tenho medo… e inveja das estrelas do Céu...